Passageiro diz que estado de trens no Rio de Janeiro é "uma vergonha"

Após receber critica de uma pessoa que não se identificou como sempre dizendo que os trens do RIO não estavão mais naquela situação passo a informação direto de quem vive o momento, e segundo ele as fotos não condizem com a realidade de hoje portanto leiam e vejam.

Rio
09/02 às 10h37 - Atualizada em 09/02 às 13h10

Passageiro diz que estado de trens no Rio de Janeiro é "uma vergonha"

Jornal do Brasil
Carlos Caroni

"Uma vergonha". É desta forma que o segurança Peter Anderson, 28 anos, descreve a situação dos trens no Rio de Janeiro. Na manhã desta quinta-feira, três composições pararam na estação de Sampaio, na Zona Norte do Rio, e outras passaram a operar com intervalos irregulares. Revoltados, os usuários saltaram dos trens e depredaram uma composição que seguia para a Central. Outros seguiram a pé pela linha férrea para protestar. Na estação Deodoro, passageiros que queriam receber o dinheiro do bilhete de volta (o que foi negado pela SuperVia) tentaram arrombar um caixa eletrônico. As estações do Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo chegaram a ser fechadas durante o tumulto.

Mas, infelizmente, os problemas não são nenhuma novidade. Levantamento feito pelo Jornal do Brasil em dezembro último mostra que desde 2009, quando imagens de passageiros recebendo chicotadas de agentes da concessionária chocaram o país, foram ao menos 14 incidentes graves na linha férrea da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre descarrilamentos, panes e atropelamentos, média de uma ocorrência a cada 75 dias.

Morador de Bangu, na Zona Oeste, Peter testemunhou de perto os acontecimentos desta quinta-feira. Cumprindo suas obrigações, ele seguia rumo ao emprego em São Cristóvão, quando o trem onde estava parou na altura da Vila Militar, próximo à Deodoro. Sem informações, aqueles que também tentavam chegar aos seus destinos aguardaram por cerca de 15 minutos para saber o que estava acontecendo. E o esclarecimento partiu de um passageiro que acompanhava o noticiário pelo rádio.


"Todos estavam impacientes. Com o calor forte, algumas pessoas passaram mal. Uma senhora, inclusive, desmaiou. E as crianças, é claro, choravam nervosas. Depois de muita espera, dois policiais militares chegaram. Mas eles não puderam fazer muito. Conseguiram apenas socorrer a idosa e ir embora. Depois começou o quebra-quebra. Destruíram a roleta, os leitores de aviso luminoso, o caixa... Não concordo com a violência, mas esta é a única maneira que o povo tem para protestar", relata Peter.

Sua rotina é estafante. De segunda à sábado pega o trem às 6h30 e só chega em casa por volta de 19h30, após outra longa viagem. Com o agora já costumeiro inchaço nas pernas, não faz muito mais do que descansar no seu único dia livre. A mulher, grávida, reclama que ele não consegue curtir o neném que está por vir. Frustração compartilhada pelo segurança. Como se tudo isto não bastasse, as jornadas são temperadas com doses intensas de altas temperaturas e desconforto.

"O calor é absurdo. A sensação térmica dentro dos trens chega a 50 graus. Vamos todos amontoados. Se você tirar a mão das barras de apoio perde o lugar, se tirar o pé do chão vai com uma perna só, como um saci, até a Central do Brasil. E pior ainda é a situação das mulheres. O vagão feminino lota e elas têm que embarcar nos outros. Seguem espremidas em meio aos homens por todo o caminho. É sofrimento na ida e na volta. Pior ainda para os mais velhos, os que têm dois empregos, moram mais longe", conta.

E a indignação de Peter torna-se ainda maior quando é lembrado que o Rio de Janeiro receberá a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016. Investimentos milionários, promessas de melhorias no transporte e na qualidade de vida. Para Peter, nada mais do que palavras jogadas ao vento.

"Estão maquiando para os turistas que virão para a Copa, para o Carnaval.Muitos dos trens de ar-condicionado estão guardados há um bom tempo. Nesses eventos aparecerão todos, e os quentes sumirão. Depois a população é abandonada de novo. Uma vergonha", protesta.

Agetransp instaura processo sobre incidente na SuperVia

A Agetransp informa que sua fiscalização de campo, que se encontrava na estação Sampaio da Concessionária SuperVia hoje pela manhã (09), detectou problemas técnicos numa composição que circulava no trecho e imediatamente acionou o CMC da Agência.

Devido ao fato, os passageiros desceram do trem e caminharam pelos trilhos, o que gerou a interrupção do tráfego no local. A Agetransp enviou fiscalização ao local e instaurou processo para apurar os motivos do incidente.

SuperVia divulga nota

"A SuperVia informa que, por volta das 7h10 de hoje (09/02), identificou problema operacional em trem que seguia de Queimados para a Central do Brasil e não pode continuar sua viagem. O trem parou próximo à estação Sampaio (ramal Deodoro) e os clientes precisaram desembarcar na linha, com auxílio dos agentes da concessionária. Equipe técnica está no local para reparar a composição e proceder com a liberação da via, porém, um grupo de passageiros ocupa a linha férrea, impedindo o trabalho dos funcionários e a circulação dos trens dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz. Por medida de segurança, as estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo foram fechadas. Imediatamente, a SuperVia acionou o Núcleo de Polícia Ferroviária e o batalhão de polícia da área para tomar as devidas providências."


Fotos extraídas do Jornal do Brasil do dia 09/02/12
PFF Abrão


















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