Feam apura contaminação em um trem de combustível

Representantes da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e da Polícia Militar do Meio Ambiente percorreram ontem o trecho da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) em que um trem de combustível saiu dos trilhos. Houve vazamento em três dos 46 vagões que seguiam de Araxá para Ibiá, no Alto Paranaíba, a 327 quilômetros de Belo Horizonte. O relatório apontando se houve ou não contaminação do solo deve ficar pronto na semana que vem. O acidente ocorreu no final da manhã de anteontem. Os motivos ainda são desconhecidos. Cada vagão estava carregado com cerca de 60 mil litros de álcool. O Corpo de Bombeiros (Cobom) vai enviar uma cópia do Boletim de Ocorrência para o Ministério Público Estadual (MPE).

Como havia risco de explosões o Cobom isolou a área em torno dos vagões. “A princípio não houve danos ao meio ambiente porque foi feito, logo após o acidente, uma contenção para evitar que o produto químico caísse direto no solo, podendo afetar a área de reserva ambiental. Numa análise preliminar, constatamos que houve vazamento de 200 litros de álcool”, informou o sargento do Cobom, Elson Moreira. Amostras do solo foram recolhidas para analise.

No início da manhã de ontem, uma empresa contratada pela FCA começou a esvaziar os vagões que descarrilaram. O combustível foi levado para um vagão vazio que depois seria conduzido a Ibiá. A previsão era de que o serviço só terminasse no início da noite de ontem. Com 7.080 quilômetros de linhas férreas em seis Estados (Sergipe, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e no Distrito Federal, a Centro-Atlântica é a principal ligação ferroviária entre a região Sudeste e as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Pela ferrovia são transportados diariamente toneladas de cimento a granel, álcool, óleos combustíveis, grãos, açúcar, farelo de soja, entre outros para exportação. "A preocupação de todos que estão trabalhando na área do acidente é a de evitar explosões. Dessa maneira, o trabalho é lento e tenso”, comentou o sargento Elson.

Em nota distribuída à imprensa, a FCA informou que, logo após o acidente, foi construída uma barreira de contenção para permitir a retirada do material químico dos vagões tombados. A empresa ainda afirmou que por se tratar de ‘pouca quantidade de álcool que vazou’ não houve danos ao solo. A FCA não soube informar as causas do descarrilamento nem a estimativa do prejuízo causado pelo acidente.

Uberaba Em 2005, cerca de 250 mil moradores de Uberaba, na Região do Triângulo, ficaram sem água depois que um trem da FCA descarrilou e a carga de produtos tóxicos caiu dentro de um ribeirão que abastece o município. Na época, a prefeitura chegou a decretar estado de calamidade pública.
Daniel Antunes - Estado de Minas

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