TREM: Preparativos para transporte por VLT em Maringá se destacam em seminário





A preservação do traçado original da via férrea transpondo de leste a oeste a cidade de Maringá
A preservação do traçado original da via férrea transpondo de leste a oeste a cidade de Maringá; o plano urbanístico diferenciado; o rebaixamento dos trilhos para a construção de viadutos; as intervenções no sistema de integração rodo-ferroviário e a existência de um espaço já reservado para a construção de uma estação ferroviária subterrânea no túnel do Novo Centro foram alguns dos pontos de destaque entre os temas debatidos no “I Seminário Técnico do Trem Pé-Vermelho” realizado na última sexta-feira (6) em Londrina.

Apresentados pelo prefeito Silvio Barros - com o suporte técnico de slides, lâminas, transparências, fotos e ilustrações por computação gráfica apresentados em um telão - as providências adotadas em Maringá para a convivência harmoniosa entre as vias rodoviárias urbanas e a ferrovia, já adequada para futura utilização por veículos leves sobre trilhos (VLT) para o transporte de passageiros, chamaram a atenção de mais de 100 técnicos e especialistas do setor de várias regiões do Brasil que participaram do seminário.

Coordenado pela Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A (Ferroeste), em parceria com as coordenadorias das regiões metropolitanas de Londrina e Maringá, o encontro teve a finalidade de estudar a viabilidade para implantação do trem de passageiros no trajeto de 130 quilômetros entre Paiçandu e Ibiporã, passando por 13 cidades do eixo ferroviário.

“Nossa primeira concepção para a colocação em prática desse projeto, sem a necessidade de subsídios, é a viabilização comercial do trem para a criação de uma metrópole linear na extensão entre Londrina e Maringá”, afirmou o prefeito, observando que o transporte ferroviário de passageiros tem se tornado em alternativa para as regiões metropolitanas. “Por isso não é viável a iniciativa de tirar o trem do centro das cidades, pois a linha férrea tem de estar próxima ao destino das pessoas. Maringá manteve a ferrovia para facilitar o acesso de passageiros, além de utilizar as vias laterais do talude para a construção da Via Expressa, uma avenida de ligação entre os extremos leste e oeste da cidade”, acrescentou.

Referência para o eixo

Para o diretor do Departamento de Relações Institucionais do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, as providências adotadas em Maringá como preparativos para futura utilização da ferrovia no transporte em massa de passageiros servem de referência para os demais municípios do eixo Maringá-Londrina. “Quem não tiver mais o trem passando pelo centro da cidade precisa realizar as adequações necessárias para essa aproximação. E o governo federal dará todo o apoio necessário dentro do Programa de Resgate dos Transportes Ferroviários de Passageiros”, assinalou.

A implantação do “Trem Pé-Vermelho” no trecho interligado por linha férrea no eixo Londrina-Maringá beneficiará os municípios de Ibiporã, Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Apucarana, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Marialva, Sarandi, Maringá e Paiçandu.

Além de vários prefeitos e técnicos dos municípios que integram o percurso, participaram dos debates o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do Paraná, Luiz Forte Netto; representantes da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Trensurb (empresa de trens metropolitanos da região de Porto Alegre), ALL, Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), BNDES, coordenadorias das regiões metropolitanas de Londrina e Maringá (Comem e Comel), universidades (UEL, UEM e Caxias do Sul), Ipardes, IEP (Instituto de Engenharia do Paraná), autoridades regionais e demais pessoas interessadas no desenvolvimento ferroviário nacional.

No encerramento do seminário o presidente da Urbanização de Maringá S.A. – Urbamar, Fernando Camargo, coordenou a mesa de trabalhos em que fabricantes de equipamentos ferroviários debateram o Panorama da Indústria Ferroviária de Passageiros no Brasil.

Estudos mostram que a região paranaense a ser beneficiada com o projeto está entre as mais viáveis para o transporte de passageiros por trilhos de todo o Brasil.

“Este seminário representou mais um importante passo dado pelo nosso grupo de trabalho. Agora nos resta consolidar os estudos de viabilidade técnica e econômica da iniciativa para a elaboração do projeto final que trará de volta o trem de passageiros ao Paraná”, concluiu o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.

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