Trem Turístico que vai da Luz a Paranapiacaba volta a rodar depois de 10 anos
A partir de julho, turista pode pegar o trem na Estação da Luz e visitar a antiga Vila Inglesa
Os moradores da Vila de Paranapiacaba acompanham as obras da Estação Ferroviária com ansiedade e alegria. Após dez anos de extinção da Linha Luz-Paranapiacaba, o velho e antigo charme dos trens voltará a atrair mais turistas para a região. Em julho, o Trem Turístico volta a rodar pela antiga Vila Inglesa graças ao trabalho conjunto da Prefeitura de Santo André, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da MRS Logística.
Dona Francisca Cavalcante de Araújo comemora. Moradora de Paranapiacaba há 40 anos, lutou e mobilizou a pequena vila para ter os trens de turismo de volta à Paranapiacaba. Por causa disso, ela ganhou o título de madrinha do Expresso Turístico. "A ferrovia é tudo. É nossa razão de viver".
De acordo com a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba, a ideia é construir uma plataforma provisória para o Expresso Turístico (operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM) antes do 10º Festival de Inverno de Paranapiacaba, que acontece nos dias 17, 18, 24 e 25 de julho. Para isso, a Prefeitura de Santo André iniciou a montagem da estação que receberá os visitantes ainda neste mês. Ela será instalada ao lado do antigo galpão, anteriormente utilizado como garagem de locomotivas, próxima ao Viradouro, na parte baixa.
A estação, erguida com estrutura de madeira e cobertura de vinil, terá 320 metros quadrados de área. Após o desembarque, os visitantes serão recebidos no prédio da antiga padaria - localizado nas proximidades da estação - cujo restauro foi concluído em 2009. Inicialmente, só haverá viagens de 15 em 15 dias, aos domingos, com embarque na Estação da Luz, na capital, com uma parada para o novo embarque, na Estação Celso Daniel, em Santo André. O valor da passagem, de ida e volta, será de R$ 25. Quem embarcar na Estação Luz pagará R$ 28 o bilhete de ida e volta. Segundo a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba, com o crescimento da demanda haverá mais viagens.
A composição contará com locomotiva à diesel e dois carros (os quais transportarão 174 passageiros por viagem) reformados pela CPTM, a mesma que presta o serviço para Jundiaí e Mogi das Cruzes. Os dois carros foram cedidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).
Passeios
A vila mantém até hoje suas características inglesas, seja nas construções, seja na constante neblina que cobre o local, lembrando o fog inglês - nevoeiro espesso, que caracteriza o clima londrino. Uma das construções é a antiga residência do engenheiro-chefe da ferrovia. Erguida em 1897, a maior casa de Paranapiacaba possui janelas com visão panorâmica da Vila Inglesa. Abriga o Museu Castelinho, centro de preservação do local. Os ingressos custam R$ 2.
Os visitantes podem conhecer ainda o Museu Funicular, que preserva o sistema de tração da ferrovia e outras peças (ingressos a R$ 3); O antigo mercado, edificado em torno de 1899; O Clube União Lyra Serrano, uma das últimas construções (por volta de 1936) inglesas, recebe atividades culturais e sociais. Outras atrações são o relógio da estação e o campo de futebol. O passeio de maria-fumaça é outra atração para quem visita Paranapiacaba. A linha turística, operada pela (ABPF), com apoio da prefeitura e da MRS Logística, funciona aos sábados, domingos e feriados, percorrendo trecho de um quilômetro dentro da área do Museu Ferroviário. O passeio custa R$ 5,00.
A linha é composta por uma locomotiva a vapor inglesa Sharp-Stewart nº 10, de 1867, ano do início da operação da ferrovia em Paranapiacaba. Acoplado à locomotiva está o carro de passageiros (da São Paulo Ralway) de primeira classe, feito de madeira, em 1914. O passeio faz parte do roteiro do Museu Funicular, também administrado pela ABPF. Para quem gosta do contato com a natureza, uma visita imperdível é o Parque Municipal Nascentes, que preserva os recursos naturais da Mata Atlântica do entorno da vila. Numa área de 4 milhões de metros quadrados encontram-se exemplares de cedro, bromélia e orquídea, além da fauna silvestre com sanhaço, beija-flor, pica-pau, tangará, macuco, entre outros.
No Parque Municipal Nascentes, o visitante pode se aventurar por diversas trilhas - com o acompanhamento de monitores - ou optar pela prática do arvorismo. O serviço de monitoramento das trilhas tem custo a partir de R$ 8 por pessoa. A Vila Inglesa dispõe ainda de opções de bares, restaurantes e hospedagem. Para os que procuram novidades culturais, Paranapiacaba oferece o Festival do Cambuci (Cambuci é uma planta nativa da Mata Atlântica), em abril, e a 10ª edição do Festival de Inverno de Paranapiacaba, realizado em julho.
Da Agência Imprensa Oficial
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